Alfabeto: como ensinar de forma lúdica?

Mesmo que a criança ainda não frequente a escola, algumas coisas já podem ser ensinadas em casa, como o alfabeto, por exemplo. 

Segundo a neurociência, durante a fase de 0 a 3 anos, o cérebro humano consegue fazer um número magnífico de conexões e associações diversas. Por isso, as crianças dessa idade tendem a aprender tanto em pouco tempo! Como se levantar, andar, pegar, falar, e assimilar o mundo.

Aproveitar a primeira infância para começar a ensinar as letras de uma maneira divertida, sem exigência, é uma boa forma de ajudar no desenvolvimento da criança. Confira como!

Alfabeto: como ensinar de forma lúdica?
Alfabeto: como ensinar de forma lúdica?

O que é a alfabetização na educação infantil?

Primeiro vale lembrar que no dicionário Aurélio (2012), alfabetizar tinha o significado de aprender a ler por si mesmo. Com as transformações que a sociedade sofreu, a alfabetização passa a ser então mais que aprender a ler e escrever, decodificar o alfabeto, mas também quem é capaz de interpretar um texto.

Embora não seja prerrogativa do Ensino Infantil, cujo objetivo principal é ajudar a criança a desenvolver a autonomia, brincar e se perceber enquanto ser atuante no mundo, algumas coisas já são ensinadas na escolinha desde os 3 anos. 

Observe:

  • De 0 a 3 anos: o bebê começa a desenvolver vocabulário a partir de histórias e conversas. É basicamente assim que se dá a aquisição da linguagem humana: ouvindo.
  • A partir de 4 a 5 anos, a criança é matriculada na Educação Infantil II, quando começa a ter contato e assimilação dosom e da grafia das letras com brincadeiras lúdicas. Músicas, cantigas e cantos são muito importantes nessa fase.
  • Aos 6 e 7 anos, começa o trabalho de alfabetização propriamente dito, com o letramento, escrita e leitura. Assim a criança até os seus 8 anos, ao final do 3º ano do Ensino Fundamental, já deve ser considerada “alfabética”. Entenda melhor como funciona essas fases, a seguir. 

Quais são as fases da alfabetização?

A alfabetização, na visão da psicóloga e pedagoga argentina Emília Ferreiro, compreende fases distintas. Esse sistema é o mais utilizado na pedagogia brasileira para classificar em que momento da aprendizagem e do letramento a criança se encontra.

As fases, segundo Ferreiro, são as seguintes:

  1. Pré-silábica: a criança não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada. 
  2. Silábica: nessa fase, a criança interpreta a letra a sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada uma, do seu jeito.
  3. Silábico-alfabética: aqui já há uma mistura a fase anterior com a identificação de algumas sílabas. Ou seja: a criança já reconhece algumas coisas, mas ainda utiliza sua própria interpretação para o que não sabe.
  4. Alfabética: a criança domina finalmente valor das letras e sílabas do alfabeto.

Ensinando o alfabeto 

Algumas ideias bem simples e divertidas podem ajudar nessa tarefa tão especial de ajudar na alfabetização das crianças. Utilizando essas atividades, você não precisa deixar o alfabeto apenas como uma tarefa da escola. 

Algumas ideias:

1. Utilize músicas interessantes

Existem várias músicas legais sobre o alfabeto. Deixe a criança ouvir quantas vezes quiser e cante junto.

2. Ensine cada letra separadamente

Mostre a letra e diga qual seu som. A criança pode repetir num primeiro ou não. Isso depende da idade do pequeno e de sua maturidade. Não force, apenas mostre a letra e o som. Onde vocês virem a letra novamente, mostre e faça a mesma coisa. Com o tempo, a criança começa a fazer a associação sozinha.

3. Cuidado com sons parecidos

Na pronúncia da língua portuguesa, existem muitos sons que são parecidos. Como o som do “p” e do “b”, por exemplo, são bem parecidos. Tenha bastante atenção no momento de verbalizar esses sons para que fazê-lo de forma me clara. |Observe se a criança vê o movimento de seus lábios e língua enquanto pronuncia.

4. Use a letra inicial da criança como uma aliada

Sempre chame a atenção para a letra inicial do nome da criança. Diga coisas como: “Veja! É o F, da Fernanda!”. Essas associações afetivas fazem com que a criança se sinta parte do processo de aprendizagem.

5. Leia muito!

Contar histórias para a criança é muito importante, mesmo que ela ainda seja um bebê. Mostre as imagens do livro, associe o som da palavra às figuras e ilustrações e deixe a criança repetir. Também é importante deixar a criança manusear o livro sempre que quiser. 

Compre exemplares próprios para a idade dela, que sejam seguros para os chamados “leitores-brincantes”, as crianças pequenininhas.


Em suma, é possível ir ensinando o alfabeto no dia a dia da criança, com atividades simples e prazerosas, nunca com exigências, pois temos que respeitar o neurodesenvolvimento da criança em cada fase, para aquilo que seu cérebro é capaz de entregar sem ser disfuncional. Com o tempo, a criança começa a inferir significado e terá muito mais facilidade em aprender a leitura e a escrita.

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